Texto 1 – seis anos do Cajueiro – O Hilário Dick, doutor em letras, e se dedicou toda sua vida a pensar a juventude, tem várias publicações sobre o tema.
Não sei se a palavra é certa, mas estou falando ou quero falar dos 6 anos do CAJUEIRO, fruto da CAJU, que morreu matada. Estava fazendo meu retiro, e o padre que dava os pontos teve necessidade de dizer que “a CAJU não foi fechada”… Só resmunguei porque estava de retiro. A CAJU era um instituto de juventude conhecido pelas Américas e quando fecharam as portas para os jovens não entrarem mais, na minha terra morriam cerca de 300 jovens queimados num recanto lotado vivendo a alegria de ser jovem. O mesmo acontecia em Buenos Aires. E eu estava de retiro. E isso tem algo a ver com as portas fechadas da CAJU? A CAJU que estou recordando, ficava em Goiânia, numa esquina. No pátio dela, tinha uma enorme figueira. Derrubaram a figueira porque ela chovia folhas no pátio e era uma festa para a juventude e era uma árvore que fazia sujeira para quem não adivinhara a mística daquela figueira. Ela rezava mais que todos nós…
Com meus anos vividos aí, chorei quando me contaram da figueira. A figueira era a juventude, especialmente dos bairros, que vinha lá para beber sentido. Tenho certeza que a figueira gemeu muito quando a derrubaram. Ela gemia por ela e por todos que a conheciam. Da CAJU, CONTUDO, brotou o CAJUEIRO, o filho rejeitado por fariseus hipócritas. O Cajueiro é sucessor da CAJU, mas diferente: mais pequeno, menos “religioso”, que quase se esconde lá onde ele está. No primeiro, tinha pessoas especiais; no segundo as pessoas são mais do Evangelho dos pequenos.
Quem diria? Seis anos… “Pelos frutos é que os conhecereis”. A Carmem Teixeira, com outros/as quixotes, estão lá, no Cajueiro, com raízes daquela figueira da CAJU. A imagem que me vem é a de Carmem, com os os e as as quixotes chorando e comendo eucaristias, escritos, assessorias, planejamentos, doutora em juventude, próxima a outros doutores/as e mestres/as. Cajueiro é uma criança de muitos anos celebrados nos seis que não são seis. Por tudo isso e por tudo que não se sabe dizer peço que o Espírito da juventude faça do CAJUEIRO um enorme pé de mostarda com as juventudes cantando como os pássaros.
Padre Hilário Dick, em março de 2019, em retiro.
Uma resposta para “O Ano Bissexto do Cajueiro”
Obrigada Hilário Dick porque foi companheiro fiel nosso e do projeto em todos os momentos, Somos pequenos e queremos continuar espalhar a esperança, a coragem, a resistência neste contexto que pede paz.
Bjs