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Seis anos de Cajueiro um olhar

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Texto 2 – Denise Mascarenha – membro do Cajueiro, doutora em Sociologia, no momento em pós doutorado em Portugual.

“Ninguém liberta ninguém, ninguém se liberta sozinho: as pessoas se libertam em comunhão”

(Paulo Freire)

 

Na semana de mais uma mudança recebi a mensagem da Carmem convidando a escrever um texto para os 6 anos do Cajueiro. Quem conhece a Carmem entende que esse não é um pedido qualquer. Quem conhece o Cajueiro, também. Entre malas a fazer e muitas decisões a tomar, aceitei, porque falar do Cajueiro é fazer memória do que acredito, é revisitar a esperança como coragem, coisas importantes para dias desafiadores como a conjuntura atual.

Poderia falar dos projetos e dos números que quantificam a trajetória do Cajueiro, mas não seria suficiente. O texto possivelmente ia se prender à frieza dos dígitos que podem ser muitos, mas nesse caso, não bastariam. E ao reconhecer essa incompletude estou agora vestida de desespero porquê já se foram dois parágrafos e diante de tantas possibilidades, eu não sei ainda do que falar sobre o Cajueiro.

Falaria do TrilhaUni que tem proporcionado a juventude empobrecida um caminho possível de acesso à universidade, reunido jovens, e feito, da sala de aula, um terreno fértil para plantações de suas inquietações, dúvidas, rebeldias e contradições?

Falaria do Ofício nas casas, que mobiliza para a alegria de um Deus revolucionário, que se faz homem e classe. Que faz da fé um instrumento questionador do que possa ser amor, cuidado, política, oração, crença, comunidade?

Falaria do grupo de estudos de Educação Popular que tem juntado pessoas das mais diversas áreas para refletir o cotidiano e o conhecimento como emancipação, enxergando a vida concreta como uma das bases de formação e de entendimento de nossas complexidades? 

Falaria das dores e rupturas do passado e da trajetória de cada um e cada uma que formam esses passos e pactuam o continuar? Poderia falar e nada disse abarcaria sua sombra alargada e raízes profundas no nosso chão.

O Cajueiro é um encostar para o descanso e alimento para o andar. É acolhida para armar a rede e tomar um café pela manhã; de esperançar na traquinagem de criança, na imaginação. É a natureza viva e experimentação de um novo mundo: esse que queremos construir.

 

 

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Uma resposta para “Seis anos de Cajueiro um olhar”

  1. Denise sua companhia neste caminhar nos dá esperança e luz. Agradeço a lindeza do texto que emociona. Queremos contar contigo sempre neste caminhar. Bjs

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