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Café com Direitos Humanos: qual é o nosso lugar na luta pela saúde mental?

café com direitos

O terceiro Café com Direitos Humanos ocorreu na quarta-feira, 28 de junho de 2023. Dessa vez, o tema era “Luta antimanicomial: expressão, liberdade e cuidado”, onde o grupo se reuniu para responder à pergunta: qual é o nosso lugar na luta pela saúde mental? Participaram do encontro 40 pessoas de vários grupos e entidades.  O Café com Direitos Humanos é coordenado pelo Centro de Juventude Cajueiro e pelo IBRACE. O tema deste café foi preparado por Simone de Oliveira, Eduardo Mota, Elcimar Dias Pereira, Sueli Almeida e Patrícia Correia.


O café iniciou com um foco mais afetivo e artístico. No caminho para a sala onde o café iria ocorrer, havia cartazes nas paredes com a história da saúde mental e a memória relacionadas aos horrores dos Manicômios: Colônia de Barbacena, conhecido como o holocausto brasileiro, citações de sobreviventes e conquistas da luta antimanicomial, além disso, nas caixas de som saía o áudio do documentário “Holocausto Brasileiro”. Isso para que os participantes da atividade pudessem trazer o corpo até a sala absorvendo as informações.

Ao chegar no local, Sueli Almeida se apresentou contando sua vivência no CAPS (Centro de Atenção Psicossocial), como profissional de saúde do local, além de falar da luta por mais direitos não apenas para as pessoas com transtornos mentais, mas também para profissionais da saúde. Após a apresentação de Sueli, Patrícia Correia apresentou uma assistente social que trabalha no CREAS (Centro de Referência Especializado de Assistência Social), a qual também compartilhou com o público suas lutas e vivências. Mas, para além disso, as duas reforçaram uma frase que estava em um dos cartazes, “só há tratamento em liberdade”.

Patrícia então direciona as pessoas participantes, perguntando para todos: “Em sua visão, quais são os desafios na luta pela saúde mental?”. Com respostas diversas, foi possível destacar que existe um retrocesso na luta, uma vez que muitos transtornos são invalidados por vivermos em um mundo focado em dinheiro, o que resulta em um distanciamento do “paciente”, alguns não os enxergando como humanos mais. Com isso, foi ressaltada a necessidade de acolhimento, sensibilidade e empatia. Elcimar Pereira também motivou os participantes para pensarem sobre a saúde mental e, depois, Simone motivou todos/as para a organização dos grupos.

Com a discussão em foco, todos se organizaram em grupos com 4 pessoas para conversar mais sobre o assunto e responder no coletivo, sem usar a fala, a pergunta principal: “Qual é o meu lugar na luta pela saúde mental?”. Em um círculo, foram feitas apresentações teatrais, danças, mímicas e até canções, nelas destacavam a necessidade de afeto, acolhimento, inclusão, respeito e coletividade. Esses seriam nossos papéis na luta pela saúde mental.

Para finalizar o encontro, todos escreveram ou desenharam em um papel seus sentimentos em relação ao que experienciaram no Café com Direitos Humanos, com frases como “gratidão pela vivência, viva as cores e os amores!” e “direito, liberdade e saúde mental se discutem sim!”. Esses papéis foram pendurados em um varal, unindo-se aos cartazes da sala, pintando uma imagem de união entre a luta pela saúde mental e a antimanicomial. “Enquanto o silêncio acobertar a indiferença, a sociedade continuará avançando em direção ao passado de barbárie. É tempo de escrever uma nova história e de mudar o final”, Daniela Arbex – Holocausto Brasileiro.

Felipe Carvalho, jornalista.

 

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