Violência sexual como questão de saúde pública: importância da busca ao agressor
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-12902008000300019
RESUMO
Apesar de predominar junto à população a idéia de que a violência sexual é praticada por pessoas desconhecidas, na realidade a maioria desses crimes é praticada por pessoa identificável pela vítima. Além de conseqüências físicas e psicológicas, também há risco em adquirir o vírus HIV. Para prevenção deste, em situação de risco, há orientação para uso da quimioprofilaxia anti-retroviral. Esse uso, por 28 dias, pode trazer efeitos adversos com intensidades variáveis. O conhecimento da sorologia anti-HIV do agressor torna-se fundamental para manter, ou suspender, com segurança, essa indicação. Este estudo descritivo, realizado no Conjunto Hospitalar de Sorocaba, teve como objetivo identificar os agressores e suas respectivas sorologias. Foi realizado a partir de fichas de notificação e os prontuários no período de julho de 2003 a dezembro de 2005. Encontraram-se 920 vítimas de violência sexual, com idades entre oito meses e 77 anos, havendo predomínio do sexo feminino (86,5%). Dentre os agressores, 76% foram referidos como identificáveis. Indicou-se profilaxia anti-retroviral para 24,9% das vítimas. Para 80 (33,2%) agressores localizados, a busca foi realizada através de contato telefônico. Encontrou-se 52,5% em seus domicílios, 45% em Presídio/Delegacia e 2,5% no Pronto Socorro. Um agressor (1,3%) apresentou sorologia positiva para HIV. As buscas encerraram-se, em sua maioria, em até seis dias (80%), possibilitando a suspensão da quimioprofilaxia em 30,6% dos casos. Concluiu-se que a busca ao denunciado permitiu conhecer sua sorologia anti-HIV e suspender, para um terço das vítimas, o uso da quimioprofilaxia anti-retroviral, diminuindo, com isso, a possibilidade de efeitos adversos.
Palavras-chave: Violência sexual; Agressor sexual; Profilaxia anti-HIV pós-violência sexual.
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