A Praça Brad Will, no setor Real Conquista, recebeu no último sábado, mais de 40 moradores locais para participarem das atividades no primeiro encontro do Projeto Tecendo Redes de Proteção à Vida. Criado pelo Centro de Juventudes – Cajueiro em parceria com o Instituto Pedro Nascimento e o Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente (CMDCA) da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Humano e Social (SEDHS) de Goiânia, o projeto visa trabalhar cultura e formação com a população deste setor, que leva na sua criação a dor da expulsão violenta do Parque Oeste Industrial.
Arilene Martins, coordenadora do projeto, contou sobre algumas das atividades realizadas em especial com as crianças e adolescentes, dentre elas Oficinas de Vídeo e Desenho. Um momento de destaque ocorreu quando uma das crianças, inicialmente mais reservada, se abriu durante a atividade e interagiu bastante. Posteriormente, sua mãe relatou que, na escola, a filha costumava ser muito retraída e não conversava com ninguém. Para Arilene, o episódio reforça o impacto positivo das atividades lúdicas na socialização e aproximação com as crianças, “Nossa expectativa é que, com o tempo, tenhamos cada vez mais aderência do público local, tornando as experiências do projeto ainda mais enriquecedoras”, afirma a coordenadora.
As mulheres presentes puderam participar de uma roda de conversa, cujo facilitadora, Aguina, afirmou ter sido de imensa importância, ao destacar que existe ali um grupo de apoio, onde cada mulher pode se sentir ouvida e valorizada. As discussões abertas e o compartilhamento de experiências criaram um ambiente acolhedor para tratar de temas sensíveis como amizade, saúde e etc.
O final do dia foi marcado com um Cine Clube, que realizou a exibição de dois curta-documentários sobre o Massacre do Parque Oeste Industrial, a princípio a atividade aconteceu também na praça, mas pelas fortes chuvas teve de ser transferida para o Instituto Memória e Resistência, após a sessão, os presentes abriram discussões relevantes sobre os filmes e a memória do ocorrido.
Texto: João Carvalho | Fotos: Beatriz Silva