No feriado de Finados, cerca de 29 alunos e alunas do Projeto Trilhas tiveram a oportunidade de visitar o SESI Multiparque – Clube Antônio Ferreira Pacheco, localizado no setor Santa Genoveva. A ação marcou efetivamente o encerramento das atividades dos projetos Na Trilha da Universidade (TrilhaUni) e Na Trilha da Tecnologia e Trabalho (TrilhaTec).
Edvaldo Gomes, coordenador dos projetos e responsável por encabeçar a visita, afirma que “no trabalho com a educação popular é muito clara a necessidade de reconhecer as diferentes condições de vida dos estudantes e desenvolver um trabalho com redes de apoio”. Segundo ele, o apoio do SESI Multiparque possibilitou aos jovens terem, de forma gratuita, um dia de lazer nas dependências do clube, contribuindo também para uma outra forma de aprendizagem.
“Não compartilhamos da concepção de que o lazer é um momento de não fazer nada. Entendemos o lazer como um momento onde é possível despertar outros conhecimentos. A maioria dos estudantes do projeto Trilhas (Uni e Tec) não tem acesso ao lazer, segundo eles por dois motivos: rotina dupla de trabalho e estudo ou ausência de dinheiro. Entendemos que o momento de lazer ameniza a dureza do cotidiano, possibilita aos estudantes fazer algo que o satisfaça e oportuniza encontros e experiências”, explica o coordenador, ao lembrar que o lazer é também uma forma de aprendizagem.
Mariane Oliveira é aluna do TrilhaUni e não sabia da existência do clube, para ela foi uma experiência onde pôde “se divertir e aprender”. Já o aluno do TrilhaTec, Watson Franco, afirmou que o dia de lazer no clube, além de novas experiências, trouxe o enfrentamento a medos e fobias.
Encerramento das Atividades
O projeto Trilhas abre anualmente 60 vagas para o TrilhaUni que funciona como um cursinho popular e 12 vagas por semestre para o TrilhaTec, que visa preparar jovens para o mercado de trabalho. No ano de 2024, foram 150 inscritos e o grande destaque foi a baixa evasão do curso neste ano, apenas 30% em comparação com 60% do ano anterior.
Com o apoio do Ministério Público do Trabalho de Goiás (MPT-GO), os/as estudantes que frequentaram as aulas presenciais aos sábados deste ano letivo, receberam as três refeições, sendo café da manhã, almoço e lanche da tarde. Também houve o repasse de Vale-Transporte àqueles que houvesse a necessidade.
Além disso, o TrilhaTec teve um ressalto no segundo semestre com oficinas voltadas para o aprimoramento e desenvolvimento dos alunos e alunas voltados para o mercado de trabalho com ênfase nas chamadas Big Techs. Bruna Lemes, que coordenou esta edição ao lado de Edvaldo, afirmou que o projeto atingiu quem procurava atingir. “Na minha concepção o projeto alcançou o objetivo primordial, que era preparar os jovens para o mercado de trabalho e foi possível perceber um desenvolvimento muito necessário nos jovens que permaneceram. Nós tivemos vários convidados que são referências em diversas áreas de empresas de tecnologia e startups da região, então foi muito legal levar isso pra eles e poder mostrar também para as empresas de Goiânia do ramo que estamos com este projeto incrível, e considerarem esses jovens para futuras vagas”, contou Bruna explicando que o TrilhaTec além do aprendizado, criou também conexão.
Texo: João Carvalho | Fotos: Edvaldo Gomes