Nos dias 19 e 20 de outubro, o Coletivo Mulheres do Sol realizou um encontro de articulação com parceiros em sua sede no Trecho III da região administrativa de Sol Nascente do Distrito Federal. O evento reuniu cerca de 45 pessoas, maioria mulheres, e teve como objetivo dialogar com os parceiros para encontrar um caminho em comum para desenvolver as ações do Coletivo.
O Centro de Juventudes – Cajueiro e a Rede Lular estiveram presentes ajudando a pensar esse caminho. A mesa de abertura contou com a presença de mandatários populares que estão envolvidos com o Coletivo e apoiam a luta das mulheres, como os Deputados Distritais Chico Vigilante (PT), Professor Reginaldo Veras (PV), Gabriel Magno (PT) e a Deputada Federal Érika Kokay (PT).
Início do Coletivo
O ‘Mulheres do Sol’ foi uma iniciativa das Missionárias de Jesus Crucificado que iniciou durante a pandemia atendendo as necessidades mais urgentes da região, como a fome. Com o fim do isolamento social, foram realizadas mais de 30 rodas de conversas com o material pela Pela Vida das Companheiras, publicado pelo Centro Cajueiro, e outras rodas como “Escutar as dores e as alegrias das mulheres”. As participantes afirmaram que a prática destas rodas foi um tempo de muito choro, por terem suas dores publicizadas, mas também gerou uma cumplicidade entre elas.
Depois deste período, conversando e conhecendo umas às outras, viu-se a necessidade de encontrar respostas para os problemas vividos por elas, alguns deles estruturais, como a ausência de políticas públicas no território ocupado.
O Encontro
Na mística proposta no início do encontro, as mulheres levaram materiais de construção como cimento, ferro, tijolo ou plantas e proferiram palavras de compromisso, aprendizagem, escuta, persistência, amar o próximo, ousadia, união e ancestralidade. Em seguida, a Rede Lular e as irmãs iniciaram um levantamento das famílias, registrando dados e escutando suas necessidades para o trabalho a ser desenvolvido na sede do Coletivo. O levantamento inicial coletou dados de 32 famílias, totalizando 93 pessoas.
No segundo dia do encontro, o levantamento foi apresentado aos parceiros dividido entre ações e atividades. Para Carmem Lúcia, que representou o Centro Cajueiro, “a experiência foi de muita aprendizagem. Saber que este instrumento pedagógico das rodas de conversas que provocou a escuta das dores e das alegrias das mulheres e as levou a fazer todo esse trabalho provocou muita alegria em mim”, afirma a secretária do Centro.
Texto: João Carvalho e Carmem Lúcia