Na Ocupação Paulo Freire, localizada no setor Solar Ville, em Goiânia, a luta pelo Direito à Moradia e pelo Direito à Cidade se entrelaça com esperança, solidariedade e também com educação popular. Há mais de três anos, dezenas de famílias resistem e constroem cotidianamente um espaço de vida coletiva.
Nesse cenário, as irmãs Cidinha e Marta – Congregação de Nossa Senhora – CSA, membros do Cajueiro que, visitam as famílias com frequência, levando escuta, afeto e contação de histórias para os pequenos.
No dia 07/junho a ocupação foi tomada pela alegria e pela imaginação durante mais uma cotação de história.
A história da vez foi “A Joaninha”, escrita por Mary França e Eliardo França. A narrativa encantou as crianças e serviu como ponto de partida para conversas sobre a importância das joaninhas no equilíbrio da natureza. A joaninha é uma ajudante preciosa dos jardineiros e agricultores, com um papel vital no controle biológico de pragas, especialmente os pulgões.
As crianças ficaram maravilhadas ao saber que em Minas Gerais existe uma biofábrica de joaninhas, uma das poucas no Brasil, que já distribuiu mais de 8 mil kits para agricultores de diversas regiões. Entre as curiosidades compartilhadas, as crianças aprenderam que as joaninhas podem viver cerca de seis meses e se alimentar de até 5.000 pulgões ao longo da vida. Descobriram também que elas existem em diversas cores — vermelhas, amarelas e até verdes — e que nem todas têm as famosas pintinhas.
A conversa também abordou os predadores naturais das joaninhas, como pássaros, rãs, aranhas e os louva-a-deus, e como elas precisam se proteger. Aprenderam que são animais de sangue frio, que dormem durante o inverno, e que há muito tempo são consideradas símbolo de sorte em diversas culturas.
Além do encanto natural pelas bonitas joaninhas, a atividade despertou nas crianças o respeito e o cuidado com o meio ambiente. Entender a importância de um pequeno inseto como a joaninha é também compreender os ciclos da vida e a necessidade de proteger cada forma de existência.
Na Ocupação Paulo Freire, cada história contada é um ato de resistência, de construção de identidade e de cultivo de esperança. Com a contação história, é possível reduzir as vulnerabilidades das crianças e garantir que elas tenham oportunidade de desenvolver se potencial, estimular o desenvolvimento, a curiosidade e a imaginação. Porque quando as crianças aprendem a respeitar a natureza, crescem também sementes de um futuro mais justo e sustentável.
Texto: Cidinha Cruz