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Café com Direitos Humanos – memória e a verdade em vista da justiça

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O quarto Café com Direitos Humanos ocorreu na quarta-feira, 23 de agosto de 2023. O tema era “Direito à memória e à verdade”, e a intenção do encontro foi resgatar a memória da luta contra a ditadura e daqueles que lutaram por nossa liberdade.

Iniciamos o encontro com um minuto de silêncio para Mãe Bernadete, ativista e líder quilombola brasileira, que foi assassinada a tiros em Salvador, crime que faz reflexo a várias injustiças da ditadura. Seguimos então com outra homenagem, dessa vez inicia em forma de poesia, uma leitura da música “Pra não dizer que não falei das flores”, de Geraldo Vandré. Ao chegar no refrão da canção, todos se levantam e cantam em união.

Tarzan de Castro, um sobrevivente da ditadura, líder secundarista em Goiânia, nos anos 60, foi nosso convidado, além dele tivemos a ilustre presença de Pedro Wilson de Guimarães, também sobrevivente da ditadura e antigo prefeito de Goiânia. Tarzan então começa discursando sobre a maior conquista da humanidade, a democracia, além de trazer um panorama de como era o estado de Goiás durante os anos de chumbo, focando para além da luta que ele vivenciou, mas na história do Brasil como um todo.

Seguindo a fala de Tarzan, Pedro Wilson contou seus relatos da época, ele era estudante, mas se mantinha na militância e com isso presenciou muitos momentos e lutou juntamente com Tarzan. Além disso, foram destacadas as mentiras dos opressores, como a “morte” de Tarzan, quando ele foi preso, que foi usada para passar medo nos estudantes que o viam como um símbolo de resistência. Pedro falou da união dos estudantes militantes e dos cristãos progressistas contra a ditadura no estado de Goiás, como esses grupos de cristãos os acolhiam e levantavam seus braços para a luta. Mas os dois nos relembraram, ainda, que a extrema direita está aqui, forte, pedindo pelo retorno da ditadura e precisamos agir contra isso, para que todo esse terror não se repita.

Finalizando o encontro, a história de Ismael Silva Jesus foi contada para todos os participantes. Ismael morreu na ditadura, sua morte foi forjada como suicídio, mas, na realidade, ele foi torturado e assasinado na cadeia, onde estava por lutar por sua liberdade. Ele tinha 18 anos, faltava apenas 3 meses para seu aniversário. A história de Ismael infelizmente foi uma de muitos jovens durante a ditadura e, infelizmente, histórias parecidas acontecem todos os dias. Isso não pode se repetir!

Com essa forte história, os participantes conversaram entre si, e com os convidados, compartilhando seus pensamentos e sentimentos sobre tudo o que ouviram e presenciaram. E, com isso, uma representante do Mães pela Paz pediu para que todos os presentes falassem o nome de uma criança ou jovem que dá força para lutar todos os dias contra essas injustiças, nos lembrando da resistência e da luta por um melhor futuro.

Felipe Carvalho -Jornalista

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