Roda de Conversa com mulheres do Real Conquista: Experiências, Culinária e AfroAfeto

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Na última quarta-feira, 11/6, a roda girou afetuosamente na circularidade do saber e sabor da ancestralidade dos cuidados que foram deixados pelas mulheres negras desde sua origem, no afeto e sabedoria popular na lida com os alimentos que produziam em seus quintais. Provocadas por Juliana Ribeiro chef de cozinha, mulher negra, de onde vem as memorias mais afetuosa e forte quando falamos de alimentos/quais os alimentos que nos remete essas memorias?

A atividade faz parte do projeto Tecendo Redes de Proteção à Vida, do Centro de Juventudes – Cajueiro, que trabalha com mulheres e crianças do Residencial Real Conquista e conta com o apoio de diversas entidades, como o Instituto Memória e Resistência – Pedro Nascimento e o Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente de Goiânia (CMDCA).

Precisa-se pensar, por exemplo, em como foi negada historicamente pelos colonizadores o direito de pertencimento a uma terra/território, para que hoje, os alimento que chegam até as mesas dos e das brasileiras, sejam saudavéis. Falar de AfroAfeto, é falar do cuidado com o meio ambiente, é falar do cuidado com a terra, dos alimento que produzimos e como lidamos com estes alimentos, mesmo porque existe um grande número de pessoas em nosso país que não tem o direito de comer nem uma refeição por dia, e isso tem recorte de raça, não é a qualquer pessoa, que é negado esse direito.

Hoje podemos e queremos garantir que nossa historia seja pensada e construída a partir dessa relação do cuidado com nós mesmos e com os alimentos que produzimos: pode ser na roça, no quintal ou ate mesmo no vaso que colocamos no canto do terreiro para ornamentar/enfeitar a casa. O processo de cura vem de dentro para fora e nasce mais fortalecido quando esse processo segue na circularidade com as outras pessoas e integrado ao meio ambiente, quando falamos em bem viver, estamos falando dessa circularidade que habita nosso “SER”. O amor pelo próximo, o respeito e o cuidado fazem parte de uma cultura de paz, mas de uma paz que vem de um pertencimento de um território que são nossos corpos.

Texto e Fotos: Arilene Martins

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